Makembe 50º
Capítulo um
Makembe
O relógio na praça central, de onde saíam às dez vielas que formavam o vilarejo, marcava 42º.
Turíbio (Boca de Sapo) Fortes, prefeito do município de Makembe achara mais importante
colocar na praça central um grande relógio digital marcando, temperatura, hora, dia e mês do ano,
do que fazer saneamento básico e levar água potável para dois terços da população de 4000 pessoas
. Armandão, assim conhecido pela sua estatura, pouca conversa e pouca paciência já tinha opinião
formada sobre “Boca de Sapo”, era assim que o prefeito Turíbio era conhecido e pronto.
Cidade pequena, quando o apelido pega não tem para onde fugir. “Inclusive o prefeito usou
o slogan ‘ A lagoa pode estar poluída, mas o Sapo não” Vote em Boca de Sapo para prefeito.
Armandão encharcado de suor fez sinal de mais uma pinga para Neutacir, dono do ensebado
boteco. Neutacir tinha seu boteco lotado, com as figurinhas carimbadas, assíduos e até
frequentadores eventuais. Mas o silêncio era tão grande que se podia ouvir o zumbido das
moscas na s exatas duas horas da tarde, como marcava o insuspeito relógio. Todos pareciam
esperar um grande acontecimento. Repentinamente, na viela três, casualmente a que ficava
do outro lado da praça e diretamente em frente ao bar, parou uma charrete com toldo e dela
desce Diamantina, a terceira esposa do Boca de Sapo, que tinha um terço da sua idade.
Armandão levantou-se e todos puderam ver seu marca touro nas costas e o quarenta e
cinco na barriga, ambos enfiados na guaiaca, espécie de cinto largo com vários bolsos
coldres e presilhas. Albeneir, disse Armandão com sua voz calma de trovão, ao bigodudo
de chapéu enfiado que parecia dormir sentado a seu lado. Traga o cocheiro.
Mal terminou de falar o homem que apresentava uma sonolência pachorrenta agora voava
em seu zaino em direção à charrete. Mesmo com o silêncio não se ouvia palavra pela distancia
do bar a charrete com a grande praça do relógio no meio. Mas se assistia a tudo como um
filme mudo, Diamantina parada com duas maletas e o cocheiro no chão, atirado com apenas
um safanão de Albeneir. Bota de garrão no pescoço, o Urubu, assim era chamado o cocheiro
foi desarmado por Albeneir, inclusive requisitando sua espalha-chumbo acoplada em baixo
do banco da charrete. A mulher abriu a bolsa e o telefone velho e ensebado do boteco do
Neutacir trinitou quatro vezes, todos estavam paralisados com os olhos em Armandão,
inclusive o botequeiro que não ousou tocar no telefone, na quinta Armandão atendeu
e disse, venha até o meio da praça e fique na sombra da geringonça, era assim que
ele chamava o relógio do prefeito que agora marcava 43º, mas a sensação térmica devia
passar dos cinquenta. Quando a moça de costas para a cena da charrete chegou à sombra
do relógio, Albeneir Disparou o 38 cano longo na cabeça do Urubu. “PEC” foi o único
barulho que se somou aos zumbidos das moscas.
Turíbio (Boca de Sapo) Fortes, prefeito do município de Makembe achara mais importante
colocar na praça central um grande relógio digital marcando, temperatura, hora, dia e mês do ano,
do que fazer saneamento básico e levar água potável para dois terços da população de 4000 pessoas
. Armandão, assim conhecido pela sua estatura, pouca conversa e pouca paciência já tinha opinião
formada sobre “Boca de Sapo”, era assim que o prefeito Turíbio era conhecido e pronto.
Cidade pequena, quando o apelido pega não tem para onde fugir. “Inclusive o prefeito usou
o slogan ‘ A lagoa pode estar poluída, mas o Sapo não” Vote em Boca de Sapo para prefeito.
Armandão encharcado de suor fez sinal de mais uma pinga para Neutacir, dono do ensebado
boteco. Neutacir tinha seu boteco lotado, com as figurinhas carimbadas, assíduos e até
frequentadores eventuais. Mas o silêncio era tão grande que se podia ouvir o zumbido das
moscas na s exatas duas horas da tarde, como marcava o insuspeito relógio. Todos pareciam
esperar um grande acontecimento. Repentinamente, na viela três, casualmente a que ficava
do outro lado da praça e diretamente em frente ao bar, parou uma charrete com toldo e dela
desce Diamantina, a terceira esposa do Boca de Sapo, que tinha um terço da sua idade.
Armandão levantou-se e todos puderam ver seu marca touro nas costas e o quarenta e
cinco na barriga, ambos enfiados na guaiaca, espécie de cinto largo com vários bolsos
coldres e presilhas. Albeneir, disse Armandão com sua voz calma de trovão, ao bigodudo
de chapéu enfiado que parecia dormir sentado a seu lado. Traga o cocheiro.
Mal terminou de falar o homem que apresentava uma sonolência pachorrenta agora voava
em seu zaino em direção à charrete. Mesmo com o silêncio não se ouvia palavra pela distancia
do bar a charrete com a grande praça do relógio no meio. Mas se assistia a tudo como um
filme mudo, Diamantina parada com duas maletas e o cocheiro no chão, atirado com apenas
um safanão de Albeneir. Bota de garrão no pescoço, o Urubu, assim era chamado o cocheiro
foi desarmado por Albeneir, inclusive requisitando sua espalha-chumbo acoplada em baixo
do banco da charrete. A mulher abriu a bolsa e o telefone velho e ensebado do boteco do
Neutacir trinitou quatro vezes, todos estavam paralisados com os olhos em Armandão,
inclusive o botequeiro que não ousou tocar no telefone, na quinta Armandão atendeu
e disse, venha até o meio da praça e fique na sombra da geringonça, era assim que
ele chamava o relógio do prefeito que agora marcava 43º, mas a sensação térmica devia
passar dos cinquenta. Quando a moça de costas para a cena da charrete chegou à sombra
do relógio, Albeneir Disparou o 38 cano longo na cabeça do Urubu. “PEC” foi o único
barulho que se somou aos zumbidos das moscas.
Fim do primeiro capítulo segue em breve.
Segundo capítulo
Mazembe
Mazembe
Armandão esperou Albeneir voltar e antes que esse descesse do cavalo foi até ele.
Mandei trazer o Urubu e não matá-lo. Quando o atirei no chão, peguei o cano
curto e a espalha chumbo e senti uma coceira no saco. O feledaputa tinha um
22 na manga e tentou me acertar o estômago, se não atiro estou morto,
se bem que bala de vinte dois tiro com a adaga e boto creolina por cima
e estamos conversados. O grandão sacudiu a cabeça em aprovação e disse;
ele vai juntar os jaguar e vem com tudo, pega os cavalos que vou charlar com
a china. Albeneir fez a volta no boteco e veio com dois alazões pretos e olhou
o caminhar ébrio de Armandão que se dirigia ao relógio. Todos os fregueses
se amontoavam na porta, mas, ninguém se atrevia a por o pé para fora. Gordo,
disse Albeneir para Neutacir, o bolicheiro, enche um saco com pinga, 3 kg
de charque e muito torresmo, ah, carrega também no fumo de corda e atirou
quatro patacas de ouro no chão. Eu pensei que a princesa não vinha,
disse Armandão a Diamantina. E eu pensei que teus tempos de assassino haviam
terminado. Hoje não matei ninguém, respondeu. Mas o Albeneir matou
o Urubu, que é quase a mesma coisa. Princesa, ele só fez o furo quem
matou foi deus e de mais a mais o safado atirou nele, mesmo deitado,
para matar. Qual resposta tu esperavas de um índio xucro como Albeneir?
Eu vim para fugir com o homem que amo e não para viver de saques
e mortes, desabafou Diamantina. Agarrando as malas o homem disse,
vamos montar e sumir para viver em paz, tu te apaixonaste por mim
por saber que faço o que é certo no meio da injustiça total. Albeneir
vinha a trote puxando os dois ‘marca peixe’ e a mulher seguia seu amor
sem olhar para trás. Mas Armandão sentiu a maldade quando o seu capanga
largou os dois cavalos e se agarrou, à moda Charrua/ Minuano, na lateral
do garanhão e foi torneando a praça.
Mandei trazer o Urubu e não matá-lo. Quando o atirei no chão, peguei o cano
curto e a espalha chumbo e senti uma coceira no saco. O feledaputa tinha um
22 na manga e tentou me acertar o estômago, se não atiro estou morto,
se bem que bala de vinte dois tiro com a adaga e boto creolina por cima
e estamos conversados. O grandão sacudiu a cabeça em aprovação e disse;
ele vai juntar os jaguar e vem com tudo, pega os cavalos que vou charlar com
a china. Albeneir fez a volta no boteco e veio com dois alazões pretos e olhou
o caminhar ébrio de Armandão que se dirigia ao relógio. Todos os fregueses
se amontoavam na porta, mas, ninguém se atrevia a por o pé para fora. Gordo,
disse Albeneir para Neutacir, o bolicheiro, enche um saco com pinga, 3 kg
de charque e muito torresmo, ah, carrega também no fumo de corda e atirou
quatro patacas de ouro no chão. Eu pensei que a princesa não vinha,
disse Armandão a Diamantina. E eu pensei que teus tempos de assassino haviam
terminado. Hoje não matei ninguém, respondeu. Mas o Albeneir matou
o Urubu, que é quase a mesma coisa. Princesa, ele só fez o furo quem
matou foi deus e de mais a mais o safado atirou nele, mesmo deitado,
para matar. Qual resposta tu esperavas de um índio xucro como Albeneir?
Eu vim para fugir com o homem que amo e não para viver de saques
e mortes, desabafou Diamantina. Agarrando as malas o homem disse,
vamos montar e sumir para viver em paz, tu te apaixonaste por mim
por saber que faço o que é certo no meio da injustiça total. Albeneir
vinha a trote puxando os dois ‘marca peixe’ e a mulher seguia seu amor
sem olhar para trás. Mas Armandão sentiu a maldade quando o seu capanga
largou os dois cavalos e se agarrou, à moda Charrua/ Minuano, na lateral
do garanhão e foi torneando a praça.
Breve 3º capítulo.
Makembe
Capítulo terceiro
Capítulo terceiro
Cinco capangas entraram pela viela dois e mais cinco pela viela oito,
Boca de Sapo ladeado de Tristonho e Preto Boi entraram pela viela três
. Gauchos sem terra e sem lei que arrumaram emprego e acolhida com o
prefeito, que em verdade era o coronel do vilarejo, com amplas extensões
de terra e sem satisfação a ninguém. Quanto mais nome um homem
matador tem mais os jovens querem mata-lo. Toneco disparou o pingo
em direção ao casal na praça, 50º graus era pouco, faça chuva ou faça sol
Armandão não tirava o poncho, apenas o jogava para as costas e debaixo
desse um winchester de repetição que explodiu a cabeça do jovem Toneco.
Albeneir disparava a kalashnikov, protegido pela traquitana do prefeito,
matou seis e ainda deixou que Diamantina e Armandão subissem nos alazões
Mas Armandão com um gesto mandou que Albeneir e Diamantina sumissem
pela vilea dez a que levava ao campo com suas boçorocas, capões e
irregularidades traiçoeiras. Em cima do cavalo, sob fogo cerrado de metralhadoras,
pistolas e revolveres, como um alvo imóvel mirou a testa do prefeito e puxou o gatilho.
Tiro dado, bugio deitado. Tiro certeiro de duzentos e cinquenta metros e contra o sol.
Morto o patrão Tristonho e Preto Boi, assassinos pagos, não viram mais futuro
em enfrentar Armandão, pois logo teriam outro chefe a defender e agricultores a matar.
Mas os jovens gauchos da linha de frente, movidos por uma moral incompreensível,
jamais conseguiriam voltar para seus chalés com o gosto da derrota e atacaram atirando
com armas pesadas o solitário Armandão que já embalado no cavalo, ao invés de entrar
na viela para a fuga adentrou com seu bicho preto no boteco do Neltacir, voou por cima
do velho balcão e saiu com cavalo e tudo levando a porta dos fundos por diante. Viu ao
longe Albeneir e Diamantina, mas seguiu para outro lado com cinco jovens gaúchos a
lhe alvejar. No galope ferrado, com cocurutos, sobes e desces é difícil dominar uma
metralhadora e foi assim que Adãozinho matou Orfeu que ia a sua frente. Agora eram
quatro, as duas garrafas de cachaça começavam a estremecer Armandão que parou,
se virou e viu os jovens gauchinhos caçadores de fama, soltando fogo pelas ventas
e pelas armas pesadas. Eram ginetes a toda prova, cavalgavam seus pingos atirando
com as duas mãos. Distava uns 300 metros dos inimigos e com o 38 na direita e
o quarenta e cinco na esquerda esporeou o mancha negra e foi em direção aos seus
perseguidores, com tal inversão suicida desconcertou os gauchos e com isso os
deixou alvos mais fáceis. Estourou a cabeça do Xiru, um dos quatro e abaixo
de balas matou o Carneiro, a melhor pontaria da jovem gauderiada. Em seguida
quase a queima roupa derrubou Machuca, paraguaio atirador, mas não matou e deu
mais um tiro na cabeça para completar a obra, só que se esqueceu de Adãozinho que
com um balaço lado a lado arrancou sua orelha, retribuindo atirou para matar o safado,
mas o quarenta e quatro só fez clique, tambor vazio. Postou o zaino de lado para que
seu adversário tivesse menos ângulo, os cavalos quase bufavam um no rabo do outro
em uma circular dança macabra, Antes que Armandão conseguisse sacar o cano curto
preso à bota tomou mais dois tiros um de raspão no pescoço e outro no ombro,
os cavalos e cavaleiros estavam exaustos, mas Adãozinho excitado por estar a matar
o maior matador vacilou e foi quando Armandão pulou na garupa do cavalo do inimigo
e com seu marca touro lhe pôs a gravata vermelha.
Boca de Sapo ladeado de Tristonho e Preto Boi entraram pela viela três
. Gauchos sem terra e sem lei que arrumaram emprego e acolhida com o
prefeito, que em verdade era o coronel do vilarejo, com amplas extensões
de terra e sem satisfação a ninguém. Quanto mais nome um homem
matador tem mais os jovens querem mata-lo. Toneco disparou o pingo
em direção ao casal na praça, 50º graus era pouco, faça chuva ou faça sol
Armandão não tirava o poncho, apenas o jogava para as costas e debaixo
desse um winchester de repetição que explodiu a cabeça do jovem Toneco.
Albeneir disparava a kalashnikov, protegido pela traquitana do prefeito,
matou seis e ainda deixou que Diamantina e Armandão subissem nos alazões
Mas Armandão com um gesto mandou que Albeneir e Diamantina sumissem
pela vilea dez a que levava ao campo com suas boçorocas, capões e
irregularidades traiçoeiras. Em cima do cavalo, sob fogo cerrado de metralhadoras,
pistolas e revolveres, como um alvo imóvel mirou a testa do prefeito e puxou o gatilho.
Tiro dado, bugio deitado. Tiro certeiro de duzentos e cinquenta metros e contra o sol.
Morto o patrão Tristonho e Preto Boi, assassinos pagos, não viram mais futuro
em enfrentar Armandão, pois logo teriam outro chefe a defender e agricultores a matar.
Mas os jovens gauchos da linha de frente, movidos por uma moral incompreensível,
jamais conseguiriam voltar para seus chalés com o gosto da derrota e atacaram atirando
com armas pesadas o solitário Armandão que já embalado no cavalo, ao invés de entrar
na viela para a fuga adentrou com seu bicho preto no boteco do Neltacir, voou por cima
do velho balcão e saiu com cavalo e tudo levando a porta dos fundos por diante. Viu ao
longe Albeneir e Diamantina, mas seguiu para outro lado com cinco jovens gaúchos a
lhe alvejar. No galope ferrado, com cocurutos, sobes e desces é difícil dominar uma
metralhadora e foi assim que Adãozinho matou Orfeu que ia a sua frente. Agora eram
quatro, as duas garrafas de cachaça começavam a estremecer Armandão que parou,
se virou e viu os jovens gauchinhos caçadores de fama, soltando fogo pelas ventas
e pelas armas pesadas. Eram ginetes a toda prova, cavalgavam seus pingos atirando
com as duas mãos. Distava uns 300 metros dos inimigos e com o 38 na direita e
o quarenta e cinco na esquerda esporeou o mancha negra e foi em direção aos seus
perseguidores, com tal inversão suicida desconcertou os gauchos e com isso os
deixou alvos mais fáceis. Estourou a cabeça do Xiru, um dos quatro e abaixo
de balas matou o Carneiro, a melhor pontaria da jovem gauderiada. Em seguida
quase a queima roupa derrubou Machuca, paraguaio atirador, mas não matou e deu
mais um tiro na cabeça para completar a obra, só que se esqueceu de Adãozinho que
com um balaço lado a lado arrancou sua orelha, retribuindo atirou para matar o safado,
mas o quarenta e quatro só fez clique, tambor vazio. Postou o zaino de lado para que
seu adversário tivesse menos ângulo, os cavalos quase bufavam um no rabo do outro
em uma circular dança macabra, Antes que Armandão conseguisse sacar o cano curto
preso à bota tomou mais dois tiros um de raspão no pescoço e outro no ombro,
os cavalos e cavaleiros estavam exaustos, mas Adãozinho excitado por estar a matar
o maior matador vacilou e foi quando Armandão pulou na garupa do cavalo do inimigo
e com seu marca touro lhe pôs a gravata vermelha.
Breve capítulo final.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Construa sua opinião!