sábado, 14 de abril de 2012

ABRA OS BRAÇOS DEVAGAR - MAS NÃO ESQUEÇA DE PASSAR O DESODORANTE!


Abra os braços devagar e sinta toda a nostalgia do bem estar.
Ignore a falta de afeto, ignore a ressaca da bebida que a princípio serviu pra relaxar. Ignore que você se sente preso e pressionado na tentativa de parecer ser livre: livre nas ideias, nas ideologias, no modo de vestir.
Abra os braços devagar e finja que não é produto de massas, que não consome produtos industrializados, não usa pasta de dentes, não tem identidade. Afinal, você é livre.
Abra os braços devagar e misture amor, poligamia, utopia, faça sexo com a árvore, mas cuidado com a zoofilia! Não existe ciúme, ninguém abandona ninguém.
Abra os braços devagar e finja que não tem poluição, nem motor, nem cofrinho de feirante gordo com a bunda peluda carregando a caixa de melancias.
Abra os braços devagar e pensa que a concordância do mundo está na discordância em harmonia e todos discordam, mas se dão bem. E que cedem quando têm que ceder e esquecem quando têm que esquecer.
Abra os braços devagar pra caber gente no elevador, pra puxar a cordinha do ônibus, pra deixar o ladrão te roubar, abra os braços como redentor. Ceda toda sua ignorância, porque nada mais libertador do que não saber de nada e que alguém pense por você.
A liberdade acaba significando não pensar em nada. E não pensando em nada, nada existe, nem mesmo a liberdade.

Um comentário:

  1. UAU!
    a ignorância protege... mas não liberta.
    Vou manter meus braços cruzados, só por precaução, enquanto a mente segue aberta!
    Sorte e saúde pra todos!

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