A “obra completa/aberta” de
Rafael Sica
http://esimch.blogspot.com.br/2015/01/a-obra-completaaberta-de-rafael-sica.html?spref=fb
Desde que os artistas entenderam a importância do
diálogo obra de arte/observador, os movimentos artísticos sucedem-se na
história tentando alcançar um clímax, clímax que denomino de “a obra completa,”,
ou seja, quando o observador para em frente à obra e sente, pensa, ignora, ou
‘completa’, só nesse momento é que a obra se conclui. Essa idéia permeou vários
movimentos da história da arte e é intrínseca da arte contemporânea. A obra
completa quase acontece com Kazimir Malevich e seu suprematismo, (branco sobre
branco), com Joseph Beyus e suas esculturas e performances, baseadas na queda
que teve na adolescência
pilotando um “escuda da juventude nazista” na 2º guerra.
Salvo das ferragens por nômades Mongóis das estepes russas, cuidado com graxa
de cabra e curado,voltou só no fim da guerra, foi preso, largou a farda, ideologia e se transformou em
grande artista /humanista. Ou Marcel
Duchamp com seus ready mades. Hoje é buscada incessantemente nas happness, na
arte conceitual e nas instalações contemporâneas. Sem as parafernálias
tecnológicas, usando a linguagem gráfica, mais especificamente o cartum, Rafael
Sica chega lá. Com tiras de humor mudo e instigante, o artista consegue passar
uma mensagem explícita e ao mesmo tempo dúbia, ocasionando um leque de
interpretações a quem as observa, fato comprovado pela simples leitura dos
comentários deixados em seu blog. Interpretações que na maioria diferem da
intenção original do autor, mas nem por isso deixam de fazer nexo à obra. Sendo
assim o artista Rafael Sica consegue o que há muito vem se tentando, o
acabamento da obra através do pensamento do observador, ou seja, Rafael Sica
atingiu a "obra aberta/completa".
Eduardo Simch
1997
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